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Mostrando postagens de junho, 2019

Tempo para Viver

A cada dia vemos mais e mais pessoas com o celular na mão. Caminham, comem, “conversam”, sim conversam entre aspas, pois não existe mais uma troca simultânea no diálogo, tudo com o celular na mão. Chega a se pensar que o celular na verdade faz parte do corpo humano. Estresse, ansiedade, depressão, entre outras doenças que atingem a humanidade neste século. Alguns culpam a efemeridade em que vivemos, outros culpam a pós modernidade. Mas de quem é a culpa? A culpa não seria de uma geração acostumada com a facilidade e que se frustra facilmente ao receber uma negativa? Ansiosos por coisa nenhuma, sem saber o que buscam, colocam suas esperanças e sonhos no mundo digital, sem foco no real. Deveria ser moda deixar a vida offline, pensar no amanhã e abandonar a fuga online. Usamos os meios digitais como fuga, fugimos da realidade que está cada vez mais fugaz. Sem medir as consequências, utilizamos a desculpa de que “só se vive uma vez” para agir imprudentemente, e quando as coisas dão err...

Meu all star branco

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Eu fico perplexo com o tempo. Nele um ano passa como num mês, e coisas que aconteceram a dois meses soam de como há um ano atrás. Isso ficou claro para mim quando calcei meus All Star branco (meio encardido e descolado dos lados) que usava nos meus 14, 15 anos. Eu tenho 18. Não sou "veeeeeelho", mas enquanto andava e cuidava onde ia pisar me vinham flashes à memória. Ria só. Minha companheira me olhava com uma expressão de "o quê que foi?", respondia-lhe "nada.". Estávamos na rua. Não dava para parar e começar a contar a história de quando meu amigo voltou correndo para sua casa, depois de passar da esquina, pois havia esquecido de vestir a cueca. Se eu contasse essa, teria que contar também do banho que o ônibus me deu enquanto brincava de luta na rua com os guris, do cinema toda a quarta-feira (R$5,00 na época), e da nossa amiga que ficou trancada no banheiro em 01/01 (um pouco antes teria perdido a virada do ano). Essas memórias as vezes se torna...

Quer i? Então vai!

Durante toda minha vida, eu tive medo de que as pessoas fossem embora.  Tinha medo que ficassem de saco cheio de mim e fosse embora, medo de perder, medo de ser rejeitada. Afastava quem eu conseguia, e aqueles a quem eu me apegava eu sufocava. Implorava para que ficassem, prometia mudar, agir diferente, ser diferente.  Pedia desculpa por tudo e agradecia por tudo. Mas as pessoas iam embora do mesmo jeito. E eu sofria, sofria por agir daquela maneira, sofria por implorar, sofria por irem embora. Eu queria ser diferente. Agir diferente. Mas agora estou de mudança, percebi que quem quer ficar, fica! Quem te ama, não exige desculpas por tudo. Se tenho medo de que as pessoas possam ir embora? Tenho sim, mas não vou mais implorar, porque por mais que aja de modo intenso e às vezes possa sufocar. Me esforço pra pessoa querer ficar, às vezes até demais. Não vou mais pedir perdão por sentir; agradecer por me suportar. Vou amar, sentir, transbordar, intensificar com quem não ...