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Mostrando postagens de 2019

Cansado demais para se ter um título

Há uma sensação no meu coração, como se tudo fosse demais de suportar. É como se eu tivesse chego ao meu limite de desgaste emocional. A cada nova decepção é como se já estivesse tão quebrada por dentro que não parte mais meu coração, na verdade se parte os cacos que restaram. Toda vez que algo ruim acontece, é como se entrasse em combustão, está queimando cada vez mais o pavio, tenho medo de quando chegar ao fim do pavio. Sempre me pergunto como as pessoas podem suportar tanto e eu já quero desistir. É como se meu coração fosse menor, ou a tecnologia me atingiu do modo que julgo os outros e não sei lidar com a frustração. Não sei ao certo o que é. Há quem me julgue por confiar e acreditar em Deus, que se me vissem nesse momento, seriam desaforados e questionariam minha fé. A fé em Deus não quer dizer que tudo vai sempre estar bem, mas a confiança de que um dia vai ficar tudo bem. Não há tristeza e sofrimento que durem a vida toda, assim como a alegria acaba, a tristeza tamb...

Setembro Amarelo

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Fundo foto criado por rawpixel.com - br.freepik.com Toda vez que alguém, qualquer pessoa, conta algo e dizemos que aquilo não é importante, negamos, rejeitamos aquela pessoa o esforço dela. Antes de alguém criar coragem de se abrir, antes desse ser dizer em voz alta tudo que se passa na sua mente, ela reuniu forças, se concentrou, disse para si mesma que tudo que há angustiava não era besteira. Muitas, diversas vezes quando alguém conta algo, quando alguém se abre, é nesse momento, nesse segundo, nesse minuto, que esse alguém está pedindo ajuda. O que é besteira para um, não é besteira para o outro. Temos o costume de medir a relevância de um assunto a partir de nossas métricas, pegamos a nossa régua, regada com nossa experiências, personalidades e crenças para medir a dor do outro, eliminamos da equação que somos seres diferentes. Sem nem nossos DNAs são iguais, por que nossas dores serão? É o momento, hoje e não amanhã, de pararmos de julgar os outros, não é falta ...

Tempo para Viver

A cada dia vemos mais e mais pessoas com o celular na mão. Caminham, comem, “conversam”, sim conversam entre aspas, pois não existe mais uma troca simultânea no diálogo, tudo com o celular na mão. Chega a se pensar que o celular na verdade faz parte do corpo humano. Estresse, ansiedade, depressão, entre outras doenças que atingem a humanidade neste século. Alguns culpam a efemeridade em que vivemos, outros culpam a pós modernidade. Mas de quem é a culpa? A culpa não seria de uma geração acostumada com a facilidade e que se frustra facilmente ao receber uma negativa? Ansiosos por coisa nenhuma, sem saber o que buscam, colocam suas esperanças e sonhos no mundo digital, sem foco no real. Deveria ser moda deixar a vida offline, pensar no amanhã e abandonar a fuga online. Usamos os meios digitais como fuga, fugimos da realidade que está cada vez mais fugaz. Sem medir as consequências, utilizamos a desculpa de que “só se vive uma vez” para agir imprudentemente, e quando as coisas dão err...

Meu all star branco

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Eu fico perplexo com o tempo. Nele um ano passa como num mês, e coisas que aconteceram a dois meses soam de como há um ano atrás. Isso ficou claro para mim quando calcei meus All Star branco (meio encardido e descolado dos lados) que usava nos meus 14, 15 anos. Eu tenho 18. Não sou "veeeeeelho", mas enquanto andava e cuidava onde ia pisar me vinham flashes à memória. Ria só. Minha companheira me olhava com uma expressão de "o quê que foi?", respondia-lhe "nada.". Estávamos na rua. Não dava para parar e começar a contar a história de quando meu amigo voltou correndo para sua casa, depois de passar da esquina, pois havia esquecido de vestir a cueca. Se eu contasse essa, teria que contar também do banho que o ônibus me deu enquanto brincava de luta na rua com os guris, do cinema toda a quarta-feira (R$5,00 na época), e da nossa amiga que ficou trancada no banheiro em 01/01 (um pouco antes teria perdido a virada do ano). Essas memórias as vezes se torna...

Quer i? Então vai!

Durante toda minha vida, eu tive medo de que as pessoas fossem embora.  Tinha medo que ficassem de saco cheio de mim e fosse embora, medo de perder, medo de ser rejeitada. Afastava quem eu conseguia, e aqueles a quem eu me apegava eu sufocava. Implorava para que ficassem, prometia mudar, agir diferente, ser diferente.  Pedia desculpa por tudo e agradecia por tudo. Mas as pessoas iam embora do mesmo jeito. E eu sofria, sofria por agir daquela maneira, sofria por implorar, sofria por irem embora. Eu queria ser diferente. Agir diferente. Mas agora estou de mudança, percebi que quem quer ficar, fica! Quem te ama, não exige desculpas por tudo. Se tenho medo de que as pessoas possam ir embora? Tenho sim, mas não vou mais implorar, porque por mais que aja de modo intenso e às vezes possa sufocar. Me esforço pra pessoa querer ficar, às vezes até demais. Não vou mais pedir perdão por sentir; agradecer por me suportar. Vou amar, sentir, transbordar, intensificar com quem não ...